domingo, 24 de fevereiro de 2013

A escandalosa impunidade


Nem sempre o humor nos salva da cólera a que estas águas mansas portuguesas e a idade nos condenam.
O cão vai-se espaçando nos latidos, como o sinal de alarme, na intensidade, com o tempo passando. Do "Grândola, vila morena", que vai, pouco a pouco, perdendo peso mediático, ao funambulista cibernauta e ligeiro que, em 5 segundos, lê (?) 12 postes de assentada, vai a medida da responsabilidade humana do nosso tempo. Do juiz refastelado na poltrona, com vinte processos em atraso, até ao médico que, com um piparote cirúrgico mata uma mosca incómoda ou um doente terminal, vai uma diferença ética.
Será tudo uma questão relativa, que os nossos generais, em ameno convívio recente e prandial, poderiam resolver, de vez, com duas granadas defensivas, em local próprio, porque os coelhos já não devem ser muitos e as tocas já não chegam para os abrigar... Nem seria preciso ressuscitar as FP-25.
(Não, não é um convite à subversão, é apenas o meu direito à indignação total!)
As cantigas já foram uma arma - hoje, já não bastam, contra a impunidade cívica de quem nos governa. E as palavras (aliás, como estas) são meros alfinetes de dama, para lutar contra este pântano apodrecido, tão igual aos anos salazarentos onde, pelo menos, a corrupção era mínima. E punida, normalmente.

4 comentários:

  1. 80% de acordo. Não sei se a corrupção salazarenta era mínima ...

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  2. Obrigado, JAD. Creio que, pelo menos, havia algum decôro e vergonha.

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  3. Completamente de acordo!
    Revolta, tanta impunidade perante tamanha corrupção, injustiça e cinismo.

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  4. A falta de vergonha desta "gente" é surpreendente, agarrados ao rapar dos tachos do país, em ruina social e económica. Tudo isto é desesperante e insuportável, Isabel.

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