Ao que parece, o Inverno inglês de 1963 foi gélido e agreste. Como agrestes são, ou tensos, pelo menos, muitos dos versos de Sylvia Plath (1932-1963). Na madrugada de 11 de Fevereiro, cerca de cinco meses depois de se ter separado de Ted Hughes, Sylvia, depois de ter calafetado minuciosamente a cozinha, deixando o casal dos filhos a salvo, abriu o gás do forno do fogão e suicidou-se.
O poema Frog Autumn, que vou traduzir, foi escrito em 1958.
O verão envelhece, a mãe de sangue frio.
Os insectos são escassos, descarnados.
Nestas casas palustres nós somente
Grasnamos e vamos mirrando.
Gasta-se a manhã na sonolência.
O sol começa a brilhar já tarde
Por entre os juncos frágeis. Faltam-nos
As moscas e o pântano adoece.
A geada cai até sobre a aranha. Claramente
O génio da plenitude abriga-se
Muito longe daqui. O nosso povo
Escanzelado lamentavelmente.
Gosto de alguns poemas de Sylvia Plath e gostei desta sua tradução.
ResponderEliminarMuito obrigado. Nem sempe é uma poesia apetecível...
ResponderEliminarEra o que eu ia dizer, APS. Não sou grande apreciadora de Sylvia Plath, mas também gostei deste poema e da tradução.
ResponderEliminarEm contrapartida, gosto (do que conheço) da poesia de Ted Hughes.
Obrigado, MR.
ResponderEliminarTed Hughes, que penou toda a vida pelo suicídio de S. P., sem grande responsabilidade, ao que parece.