sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Da Janela do Aposento 24: Carta Aberta




No momento em que o “governo de gestão financeira” se prepara para cumprir mais uma ordem de contabilistas cegos internacionais, os mais atentos já se aperceberam que, relativamente às novas poupanças propostas de 4.000 milhões de euros ( ou será outro montante, já que são valores acima do meu entendimento), era mais fácil ir ao bolso do cidadão comum do que beliscar alguns responsáveis por um “buraco” de montante idêntico no BPN.
Eu, em consciência, nunca pedi aumentos acima das “minhas”, nem das possibilidades do Estado. Se, no passado, alguma vez beneficiei de uma legislação “promotora” da carreira docente, ela surgiu, sem sombra de dúvida, para beneficiar, em primeiro lugar, algumas “Marias” que conhecemos muito bem e que, por falta de tempo de serviço, precisaram de uma promoção antes da aposentação.
Quando se chegou à conclusão de que uma medida de benefício pessoal, alargado, inevitavelmente, a um conjunto muito vasto, resvalava para o “chamado pântano”, optou-se pelo “travão a fundo”. Como as “Marias” já estavam servidas, convinha repor a “normalidade” quanto ao resto.
Do mesmo modo, parece que houve quem ganhou com os negócios do BPN. Não foi o meu caso, porque, de pouco siso, investi, sempre, em valores duradouros de formação e investigação, opções que o Estado sempre olhou de soslaio. Afinal, as “Marias” precisam é de estatuto, económico e financeiro, para pagar “as despesas” e não de uma “carreira” académica.
O que espanta, no meio desta pretensa “contabilidade à lupa”, é que os contabilistas internacionais se adaptaram muito depressa ao pântano, deixando de fora todos os “responsáveis de semelhante fraude”, continuando a massacrar o que não pode fugir, o cidadão na genuína acepção da palavra que não quer desistir dos seus valores e do ideal de uma sociedade mais humana.
De facto, parece que os “técnicos” aprenderam, rapidamente, em proveito de alguns que continuam a andar disfarçados, sob novos BIC’s ou quejandos. Talvez a frase mais certeira será a de João Semedo: “Para assaltar um banco, o melhor é passar a seu administrador”, (embora não sendo eu do BE).
Afinal, e retomando um “post” e um comentário anterior, o obsceno do Carnaval de Colónia representa, infelizmente, o nível a que chegamos, graças a políticos “sem qualidades”.

 Post de HMJ

2 comentários:

  1. E quem foram alguns dos beneficiários destas transações? Os maridos dessas Marias!...
    Essa frase de João Semedo é certeira. Roubam o banco, nós pagamos e eles não vão presos.
    Victor Hugo tinha muita matéria para escrever novos «Miseráveis», moralmente falando.

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