Muitas vezes, ao ler um livro de poesia de que até gostamos, ao acabá-lo fica-nos um vago sentimento de nostalgia, porque pressentimos, quase como uma certeza, que não iremos nunca à estante, depois de o arrumarmos, para rebuscá-lo, e relermos ou relembrarmos um poema ou um verso. Apesar da leitura ter sido agradável e esse tempo ter sido nimbado de compreensão gémea, de luz paralela e sensível empatia.
Ao contrário, algumas vezes, a aspereza de um livro obriga-nos, inconsciente e misteriosamente, a tentar reencontrar a sua companhia, no tentar perceber porque não comungamos com ele, em empatia, serenidade e entendimento de leitura. Fenómeno de sensibilidade que, no fundo, nos escapou por uma aparente incoerência de agrados. Ou de afectos.
Quantas vezes, uma profunda amizade futura se inicia por um duelo agressivo de feitios ou personalidades, num primeiro encontro, entre duas pessoas?
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