segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Soneto de Jazente, em louvor do seu cão "Diamante"



Se parto, tu Diamante, descontente
Ficas aguardando o solitário assento;
Mas bem que triste, com robusto alento
Vibras contra o ladrão o agudo dente.

Se volto, tu me esperas diligente,
Mostrando-me um fiel contentamento;
Pois logo com festivo movimento
És em casa o primeiro que me sente.

Se caço, com gentil velocidade
De um salto abocas a ligeira presa,
E a trazes com leal docilidade.

Oh como eu fora descansado à mesa!
Se pudesse encontrar tanta lealdade
No António, no José, e na Teresa.

Abade de Jazente (1719-1789), in Poesias.

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