Não será caso único, porque a mim também já me aconteceu: no meio de uma reunião, palestra ou conferência entediante, ir fazendo traços e desenhos, a esferográfica, na folha branca que tivesse à minha frente. Dizem que também Álvaro Cunhal, nalgumas sessões parlamentares, o praticava. É possivel que o facto ateste alguma irrequietude de espírito.
Agora, que juizes também o fizessem, e com alguma arte, é que eu desconhecia. Ao que parece, e segundo o TLS (nº 5733), o All Souls College (Oxford) guarda uma colecção interessantíssima de cenas de tribunal, aguareladas. O seu autor, Pierre Cavellat (1901-1995), juiz e francês, era particularmente dotado de sentido estético. E, provavelmente, aborrecia-se, às vezes, com alegações intermináveis e verborreicas, durante os julgamentos. E, para se entreter, ia deixando correr a mão sobre o papel. Depois, aguarelava em casa...
Desconhecia, mas compreendo perfeitamente o magistrado em causa. Especialmente quando as alegações são " a metro " pour épater le client...
ResponderEliminarImagino, também... Porque é essencial ocupar o espírito (ou a mão) com coisas úteis, sempre que possível.
ResponderEliminarComo os Urban Sketchers, que desenham em qualquer lado. Estes desenhos revelam talento. Acho-os bonitos.
ResponderEliminarSão realmente lindos e salvaram-se, porque a filha de P. Cavallet não os destruiu, felizmente, como o pai queria, quando morresse.
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