O assunto em epígrafe tem sido matéria de muitas conversas com amigos, olhando não só para o panorama nacional como em comparações com o Centro da Europa, nomeadamente a Alemanha. Quanto aos últimos, torna-se difícil, ao leitor, acompanhar as "concentrações do capital", que actua na penumbra, dificultando uma visão clara sobre a passagem de algumas editoras, nossas referências no passado, para mãos duvidosas. O livro, como produto genuíno, pouco lhes interessa, o que se vem notando pelo miserável grafismo das capas, os misérrimos títulos e conteúdos publicados, vendidos a peso em "templos de papel". Por cá, nas FNAC's, Bertrand's e quejandos e lá, sobretudo em Colónia, nas Thalia's, Meyersche, etc.
Livreiros são outra espécie em extinção. Cá, resta-nos um livreira "outrabandista", com o devido respeito, porque ela mantém a sua Livraria Escriba como antigamente. Uma verdadeira gruta de Ali-babá, num espaço pequeno. Em Colónia resiste um, Senhor do Livro, que dá pelo nome de Klaus Bittner.
Recentemente, voltei a entrar na sua livraria, apreciando as novidades e o bom gosto dos livros à venda, captando as sapientes apreciações do livreiro no aconselhamento aos clientes que o solicitem. Também foi lá que comprei o último livro de Cees Nooteboom, Cartas a Poseidon [em tradução portuguesa].
O livro de Nooteboom, feito de observações e reflexões a partir e sobre um quotidiano pessoal, resulta um pouco desigual no apelo à leitura dos seus apontamentos breves. O que surpreende é a sua ligação ao universo mitológico da antiga Grécia, como o título sugere, demonstrando a sólida formação clássica do autor.
Por cá é uma lástima. Livros a pouparem nos rostos e ante-rostos, com páginas sem margens, traduções miseráveis (mas isto não é de hoje), etc.
ResponderEliminarE livrarias... onde estão?
Para MR:
ResponderEliminarLivrarias, em Lisboa, não conheço nenhuma, depois do fecho da Portugal. Por enquanto, temos ainda a Escriba, nesta banda do Sul.