segunda-feira, 13 de abril de 2015

Recomendado : cinquenta e seis - G. S.


Os temas serão quase sempre recorrentes, mas a abordagem, que George Steiner (1929) deles faz, comporta sempre, de livro para livro, novas perspectivas. O que confere, de algum modo, com a ideia que eu tenho, de que, por muito singular que um homem seja, não conseguirá trazer senão mais do que três ou quatro coisas novas, ao mundo. Seja no domínio das Ciências, da Literatura ou do Pensamento. Poliglota de raiz, Steiner sempre pensou a linguagem, de uma forma muito própria e obsessiva. Daí a transcrição que farei, de "Extraterritorial" (Relógio D'Água, 2014), na boa tradução de Miguel Serras Pereira. Que segue:
"É possível que todas as investigações sobre as origens e a estrutura de base da linguagem humana tenham contornado o problema fundamental, que decorre do facto de investigar as origens da linguagem recorrendo à linguagem (mas de outros meios poderíamos dispor?) é, sem dúvida e necessariamente, entrar num processo circular, num jogo de espelhos. Incapaz, na ordem conceptual, de superar os seus próprios termos de referência linguísticos, a questão das origens da linguagem não encontra hipótese imaginável capaz de lhe dar resposta. A partir do momento em que pensamos em termos verbais, torna-se impossível acedermos a um estado de coisas anterior à palavra." (pgs. 84/5)
Recomendado, obviamente.

Sem comentários:

Enviar um comentário