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sábado, 19 de outubro de 2019

Mercearias Finas 150


Mal me daria a pensar escolher e aprovar uma caldeirada, com todos os matadores, que não fosse em zona marítima ou próxima de águas salgadas. Póvoa, Cacilhas, Trafaria, na minha memória gustativa, honraram bem o compromisso. A que se junta, galhardamente, Santarém por excepção, em dias recentes, que, de águas, é só doces e fluviais por Tejo perto, lá ao fundo, abaixo do planalto nobre e citadino.
Aponte-se no canhenho gastronómico a Taberna do Quinzena, na rua Pedro Santarém, da dita cuja cidade ribatejana. Pela sua soberba caldeirada bem apaladada, a que se seguiu um tenro cabritinho de forno e mama, com arroz de miúdos e batatinhas muito bem assadas. À sobremesa uma pêra bêbada de feição e, para HMJ, um leite-creme.
De fundo, cartazes e cenário tauromáquico, com velhas glórias das arenas lusas.
A tudo fez companhia, e bem, um Casal da Coelheira, branco, com Verdelho e Arinto, boníssimo e suave. Havemos de voltar...

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Maria vai com as outras...


Quem melhor do que a terra natal para acarinhar e lembrar os seus filhos dilectos?
Aqui há uns bons anos comprei e li, pela edição primeira, A Alma Nova (1874), livro de versos mais importante do jornalista e estimável poeta escalabitano Guilherme de Azevedo, que foi participante da notável Geração de 70, portuguesa.
Recentemente, e da passagem pela Biblioteca Pública de Santarém, trouxe dois pequenos catálogos (em imagem) de exposições que se fizeram para celebrar o Poeta. Sobre a data da morte de Guilherme de Azevedo não há margem para dúvidas ou fantasias: foi em Paris, a 6 de Abril de 1882.
Quanto à data de nascimento, terá sido, em Santarém, a 30 de Novembro de 1840. A Wikipédia, no entanto, resolveu envelhecer o poeta um ano, e pô-lo a nascer em 1839...
E logo, copiadores eméritos, a Infopédia, o Citador e, pior ainda, o Projecto Vercial (da Universidade do Minho!?...) repetiram o erro, sem se preocuparem em certificar as fontes, com o rigor que se impunha.
E é assim que uma mentira muitas vezes repetida, às vezes, se transforma numa falsa verdade.

terça-feira, 21 de maio de 2019

Recepção e correspondência entre confrades


Como Sophia (1919-2004) está na ordem do dia e anda nas bocas do mundo (português), achei oportuno aqui registar, em poste, cópia de uma carta que Herberto Helder (1930-2015) lhe mandou de Santarém (a 5 de Junho de 1962), acusando a recepção do Livro Sexto (1962) e referindo o seu gosto pela leitura da obra.
Quanto ao meu exemplar, que é da 3ª edição (1966), lembro-me bem do prazer que tive a lê-lo, com destaque especial para os poemas A Conquista de Cacela, O Velho Abutre e As Pessoas Sensíveis. Creio que terá sido, na obra de Sophia Andresen, o seu livro talvez ostensivamente mais interventivo, do ponto de vista político, que publicou.


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Santarém, Outubro de 1917


Enquanto na Rússia se viviam tempos de mudança e revolução, em fins de 1917, este postal, pelo seu texto (que omito por respeito e pudor), permite pensar que, em Santarém, os tempos eram tranquilos e aprazíveis. 
É legítimo também pensar, pela finura deste postal francês, que é errada a ideia de que Portugal é Lisboa, e o resto é província... Pelos vistos, em Santarém, também se podiam comprar destas preciosidades.
Há sempre algo de misterioso nestas mensagens antigas, aparentemente ingénuas, mas sibilinas. O recado, no postal, é um tipo de declaração que, nos dias de hoje deixa muitas dúvidas; e a legenda na imagem reza assim, traduzida do francês: "Diz, reconhecerás tu o delicado emblema/  De uma alma que suspira, e de uma amiga que te ama!"
Em suma, o que poderei dizer é que, em Santarém, a 28 de Outubro de 1917,  a Feliciana estava muito preocupada com o silêncio inesperado da sua amiga Maria, em Lisboa.