Não se sabe muito sobre Miguel do Couto Guerreiro (1723?-1793) para além de ter nascido em Grandola, ter vivido grande parte da sua vida em Setúbal e se ter licenciado em Medicina, pela Universidade de Coimbra, em 1751. Publicou, em vida, vários livros de poesia, entre eles uma tradução da "Arte Poética" de Horácio. Foi, portanto, poeta e médico. Façamos votos para que tenha sido melhor médico, do que foi poeta... Escreveu, no entanto, alguns epigramas com certa graça de que damos uma pequena amostra.
LXXVII
Eu ando na diligência
Seja, por que preço for,
De me fazer comprador
De calos para a paciência
E orelhas de mercador.
XCIV
Se alguma pessoa ignora,
Porque venho tão pasmado,
Ouvi dizer ainda agora
Uma sogra bem da nora
E de seu amo um criado.
CXXX
Eu não sei por que caminho
Sucedem tantas passagens:
Um, que ontem com murmurinho
Vendia panos de linho
Hoje já fala em linhagens.
Eu então não sabia nem muito, nem pouco: nada. Desconheço Miguel do Couto Guerreiro, mas achei graça a estes três epigramas.
ResponderEliminarA MR também já me deu a conhecer muitas coisas.
ResponderEliminarLeve-se,então, à conta de inventário. Agora, e noutro registo, lá pela "sua casa" e por causa do Papa, as coisas parecem aquecer. Os suspeitos do costume...
Uma espécie de Fernando Namora...
ResponderEliminare já em campanhas antitabágicas:
Dizem temes maus ofícios
da morte, que é tão ingrata;
mas não dás esses indícios;
pois morrendo pelos vícios
morres pelo que te mata.
Mas também há outro epigrama a falar das vantagens do tabaco! Para quem o vende...,pode o Luís entreter-se a procurá-lo.
ResponderEliminarNão dá. Tive acesso a un caderno manuscrito, que terá sido comprado nos Açores há muitos anos, em que alguem copiou os epigramas - mas o caderno está muito deteriorado e so tem cerca de 6o epigramas, não seguidos, mas escolhidos, acho...
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