sexta-feira, 14 de maio de 2010

Praxes conimbricenses



Fortuitamente, nasci em Coimbra e em plena celebração da Queima das Fitas, segundo me disseram. Nos inícios de 60 lá voltei para estudar e por lá passei cerca de dois anos lectivos. Vivi, "sofri" e, vagamente, exerci também as praxes académicas. Eram aspectos "legislativos" inocentes, se comparados com a crueldade e desmandos que, hoje, se praticam em nome da tradição (?) praxística. E que condeno, veementemente. Não sei se hoje se mantêm, em Coimbra, as regras que até tinham o seu próprio código em livro: "Código da Praxe Académica de Coimbra", Coimbra Editora, 1957. Dele respigo alguns pontos mais interessantes, hierárquicos e não só:
1. Título VI - Da hierarquia das Faculdades - Artigo 14º : A hierarquia das Faculdades, em ordem descendente, é a seguinte:- Medicina, Direito, Ciências, Letras e Escola Superior de Farmácia.
2. Título VI - Da hierarquia dos animais - Artigo 15º : A hierarquia dos animais, em ordem decrescente é a seguinte:- «Bicho», «cão», «polícia» e «caloiro».
3. Título XII - Das auto-protecções - Artigo 151º : Todos os que estiverem embriagados ficam auto-protegidos, ainda que só haja protecção de sangue. Esta protecção tem o nome de protecção do «Deus Baco».
4. Título II - Da tourada ao lente - Artigo 213º : Constitui "tourada ao lente" a recepção feita pela Academia ao professor universitário, doutorado ou não, nacional ou estrangeiro, no momento em que este se disponha a dar em Coimbra a sua primeira aula teórica a alunos universitários.

2 comentários:

  1. Há muito extinta a praxe do "canelão", à passagem da porta férrea.Ao que julgo saber foi Mousinho de Albuquerque, apenas sensível à dor da canelada e não à tradiçaão, que correu o "Doutor" a espadeirada
    E já agora- lembranças como cerejas de Maio, quando foi anunciada a fuga do nazi Herman Esse para a Escócia, foi afixado um papelinho, "não maior que uma mortalha" que rezava:
    Diz a agência United Press
    que o Hesse perdeu a pinha:
    Tem a Escócia Mais um s
    além do S que tinha.
    Mas o que a Agência não disse,
    e toda a gente acredita,
    na sorte que a gente tinha
    se o nosso S fugisse.

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  2. Obrigado pelas suas achegas que avivam sempre o Arpose, Luís.

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