segunda-feira, 17 de maio de 2010

Há 500 anos, Sandro Botticelli




Alessandro di Marino Vanni Filipepi nasceu em Março de 1446 (?) e veio a falecer a 17 de Maio de 1510, exactamente há quinhentos anos. Mas a sua pintura ainda hoje parece moderna. Sendo Sandro um diminutivo de Alessandro, o apelido Botticelli - que significa pequeno pipo - veio-lhe da alcunha do irmão mais novo, Giovanni, que era gordo. Esta é a explicação que dá Giorgio Vasari, pintor também e arquitecto que o biografou, bem como a mais seis artistas da época. Botticelli cedo começou a trabalhar como aprendiz de ourives mas, insatisfeito, passou para aluno do pintor, já consagrado, Fra Filippo Lippi. Dadas as suas qualidades de artista e sucesso das suas obras, foi apoiado pela poderosa família dos Medicis. Ainda segundo Vasari a primeira "Adoração dos Magos", de 1475, retrata Cosimo Medici (que é o rei mago mais velho que, ajoelhado, beija o pé de Jesus menino), Giuliano e Giovanni Medici - todos como reis magos. E do lado direito do quadro, em primeiro plano, há um auto-retrato do próprio Sandro Botticelli. O pintor, embora ganhasse bom dinheiro com as contínuas encomendas que lhe faziam, era também muito perdulário. Foi, por algum tempo, um adepto fervoroso do apocalíptico orador Savonarola.
A pintura de Botticelli é reconhecida por uma aérea elegância de corpos e movimento onde parece haver o desejo impossível de cruzar o sacro com o profano, a mitologia greco-romana com a simbologia cristã, num neo-platonismo ideal.

5 comentários:

  1. Amizade
    Ser-se amigo é ser-se pai
    ( — Ou mais do que pai talvez...)
    É pôr-se a boca onde cai
    A nódoa que nos desfez.

    É dar sem receber nada,
    Consciente da prisão,
    Onde os nossos passos vão
    Em linha por nós traçada...

    É saber que nos consome
    A sede, e sentirmos bem
    O Céu, por na Terra, alguém
    Rir, cantar e não ter fome.

    É aceitar a mentira
    E achá-la formosa e humana
    Só porque a gente respira
    O ar de quem nos engana.

    Pedro Homem de Mello, in "Miserere"

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  2. Sandro,nosso irmão na suavidade...

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  3. Eu faria um "aggiornamento(relativo)" para:
    "Não acordes a alma de quem dorme
    sua contradição por um só rosto."

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