A melhor forma de lembrar um Artista será, quanto a mim, (re-)visitar-lhe a obra. Por isso, resolvi traduzir um poema de W. H. Auden, hoje que passa mais um aniversário da sua morte (29/9/1973). Não será um dos seus melhores poemas, mas fala de uma ex-colónia portuguesa. Auden escreveu-o com 31 anos.
Macau
Uma semente da Europa Católica, fez-se raiz
Por entre algumas colinas amarelas e o mar,
Suas alegres casas de pedra um exótico fruto,
Uma bizarria Luso-Sínica.
Imagens barrocas do Santo e Salvador
Prometem fortunas aos jogadores quando morrerem,
Igrejas lado a lado com bordéis asseguram
Que a fé pode perdoar a natureza.
Uma cidade assim indulgente não deve recear
Os pecados mortais por que morrem os mais fortes
E são despedaçados pernas e braços e governos:
Os sacros relógios darão as horas, os vícios infantis
Serão defesa bastante das poucas virtudes das crianças,
E nada de sério pode acontecer por aqui.
Dezembro 1938
Para mim Macau, no meu imaginário, é o último verso de Auden. Talvez por isso não tenho nenhum interesse em conhecer.
ResponderEliminarEstamos de acordo. Muito embora, nos últimos anos de soberania portuguesa, muito boa gente, lá tivesse andado a colher patacas...
ResponderEliminarA colher patacas e criar maus hábitos. E não me refiro ao jogo. Refiro-me à relação com o dinheiro. Estavam uns anos avançados em relação aos cavacozinhos.
ResponderEliminarFoi a Instrução Primária!..:-)
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