quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Mercearias Finas 59 : a casta Antão Vaz, alentejana


Não sei quem terá sido Antão Vaz, cujo nome e apelido vieram a denominar a mais nobre e emblemática casta de uvas, branca, alentejana e que, normalmente, atinge o seu esplendor na região da Vidigueira. Dizem que produz bem, é resistente e equilibrada no amadurecimento. Mas é preciso algum cuidado ao usá-la em vinhos estremes (monocastas) porque, há anos, em que a Antão Vaz torna os vinhos demasiado untuosos, e quase enjoativos. Nestes casos, a única decisão a tomar é beber esse vinho branco a acompanhar sobremesas, por exemplo, de doces de ovos: um Rançoso de Mourão, uma Encharcada, até uma Sericaia alentejana, com ameixas de Elvas. O sabor untuoso atenua-se bastante.
Para não arriscar, é fazer como a Adega Cooperativa de Borba, que compõe o seu lote de vinho branco com o Roupeiro, o Rabo-de-Ovelha ou Perrum a acompanhar a casta Antão Vaz. E o vinho, embora modesto, fica saboroso. Ao contrário, a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito arrisca, quase todos os anos, o seu monocasta de Antão Vaz, sob a marca Vila Gamas. Às vezes, quase atinge a perfeição. Não será o caso da colheita de 2011, muito embora seja muito superior à de 2010. Como o Verão ainda se recomenda, com alguma força, e a quem gosta de quebrar a regra, este 2011 com 12,5º, poderá fazer boa companhia a um Ossobuco, com uma boa cama de cebola, pimento vermelho, alho francês...eu sei lá!...
Além disso, este branco alentejano e aromático, de cor citrina, poderá comprar-se pelo módico preço de cerca de 2,30 euros. Não se pode pedir mais a um Antão Vaz, monocasta.

4 comentários:

  1. Não percebo de vinhos, mas a Adega Coop. da Vidigueira tinha, aqui há anos, um branco muito bom.

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  2. As coisas são como são: há os engraçadinhos e há os que, como aqui, sabem de castas.

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  3. Vou aprendendo, meu caro Artur Costa, vou aprendendo...

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