terça-feira, 18 de setembro de 2012

Um poema de juventude, de J. R. Jimenez


Tuas pernas eram finas e teus peitos pequenos...
todo o teu encanto nos olhos sombrios
os teus cabelos longos de luto me envolviam
em cascata amena sobre o campo triste.

Abraçados a mim, teus braços de menina,
de mate moreno, palidamente tíbios
como talos de rosa, retinham-me a alma
para que respirasse teu aroma divino...

A carne não foi gala daquele amor sem tédio...
a tua nudez suave era só um motivo
para que nossas almas imensas, mas leves,
se perdessem, sonhando, nos seus dois infinitos.

J. R. Jimenez, in Libros Ineditos de Poesia 1 (pg. 49).

1 comentário:

  1. Na minha ideia, a juventude, natural e instintivamente, acerta muitas vezes. A maturidade retoca, tantas vezes, com erros...

    ResponderEliminar