Pelos sinais do presente, é difícil augurar um futuro risonho às crianças que, hoje, o são.
Se Kathe Kollwitz (1867-1945) tinha razões para gravar, no tempo, estes filhos e filhas da guerra, hoje, Dia Mundial da Criança, os presságios de futuro não desenham motivos de optimismo claro. Hoje, como ontem, há países e senhores que as armam para a guerra, desde tenra idade; há quem as acantone em guetos sem horizonte, onde grassa a doença, o desespero, a fome e a sede. E onde nem sequer há espaço para o sonho, nem esperança de futuro. É por isso que tenho grande dificuldade, neste poste, em encontrar grandes motivos de alegria.
É preocupante, sim, e muito triste, quando pensamos nas dificuldades actuais, e, em especial, em certas zonas do mundo. Não é o caso da Holanda, graças a Deus, cujas crianças são consideradas as mais felizes da Europa. Na cidade onde vivemos, por exemplo, há muitos espaços verdes, espaços de brincadeiras, e o trânsito está repartido por vias específicas (carros,bicicletas, autocarros) de modo a fomentar a segurança. No centro da cidade, os carros não entram. As crianças brincam muito nas ruas. É uma alegria! :-)) Por outro lado, há muitas possibilidades de trabalhar em part-time e as crianças usufruem muito da companhia dos pais. Estes também participam (e muito) nas actividades escolares, sobretudo nas épocas festivas. Os custos dos cuidados de saúde são absorvidos pelos seguros obrigatórios ( e caríssimos) dos adultos, etc. Gosto especialmente da época do Verão, do barulho que fazem nos jardins traseiros, nos trampolins, nas piscinas de plástico (há poucos prédios por aqui). É uma animação. :-)))
ResponderEliminarBom fim-de-semana! :-)
Dá-me algum conforto, este seu comentário que aborda uma outra realidade, Sandra. Nesta Europa que, embora decadente e gradualmente empobrecida, consegue ainda hoje manter (por quanto tempo?) alguns oásis e princípios que radicam, sobretudo, na sensibilidade humanista, no respeito pelos outros e pelos mais frágeis, e no desejo, muitíssimo natural e humano, de aspirar à felicidade.
ResponderEliminarMas será preciso, também, uma luta tenaz contra as forças obscuras que se acobertam num egocentrismo feroz e irracional (a vida é tão curta, afinal...), em retrógradas mentalidades que procuram - em seu benefício - um regresso a um feudalismo quase esclavagista, sem direitos nem felicidade.
Votos, também, de um bom fim-de-semana, para si.
Concordo. Também já me tenho perguntado por quanto tempo irá ser assim por estas bandas. Tem havido cortes substanciais, despedimentos (na área do apoio aos idosos, o ministro aponta para 30 000 pessoas). Vai valendo o voluntariado que aqui é extremamente dinâmico...Mas preocupa-me o facto da taxa de desemprego ter duplicado desde que chegámos cá e o país já estar em recessão há vários meses. Há lojas a encerrar, muitas casas que não se conseguem vender, actividades que já não se realizam por falta de verbas...
ResponderEliminarTem razão no que diz e é muito triste ver que há crianças nas situações que descreve, sabendo que se houvesse vontade, não precisaria ser assim.
ResponderEliminarEu escolhi um post de crianças felizes. Mas não esqueço nunca o outro lado.
Boa tarde!
Por estado de espírito, para "desmanchar a regra", ou por cepticismo, pareceu-me que devia focar o outro lado...
ResponderEliminarBoa tarde!