terça-feira, 18 de junho de 2013

Considerações subjectivas sobre o jornal que leio, desde a sua criação


Na sua ânsia salvífica de agradar a todos, a presente e actual Direcção do jornal Público tem-se preocupado, sobretudo na última página e talvez excessivamente, na distribuição equitativa e ideológica dos três cronistas que, semanalmente e dia após dia, lhe encerram as páginas. Do ponto de vista da justiça democrática, talvez seja um esforço meritório. Assim, e numa observação pessoal e simplista, temos, na última página, às segundas e quartas-feiras, a esquerda representada pelas crónicas de Rui Tavares; às terças e quintas, até há pouco tempo, escrevia Pedro Lomba que, entretanto, de direita e jurista, passou a integrar o Governo, desde a última remodelação. Finalmente, às sextas, sábados e domingos é a orgia total, o sósia ou clone historiador de Medina Carreira, o celebérrimo e provocante anarquista, que dá pelo nome artístico de Vasco Pulido Valente, alaga a última página, de vinagre e azia.
Mas a Direcção do jornal é de tal maneira sensível que, tendo Pedro Lomba ingressado no Governo, tentou arranjar um justo substituto. Pelo menos, em imagem, não foi feliz. Porque Pedro Lomba, na fotografia, tinha um porte fino e distinto - parecia elegante, e não escrevia mal. O seu sucessor, e novo cronista, não tem lá grande aspecto: é um sujeito mal-encarado, que parece bisonho, usa uns óculos foleiros, é bochechudo, e nem sequer faz a barba todos os dias. Para a Direita, não deve cumprir, esteticamente. E é tão agradável de ver quanto o Mário Nogueira, do Sindicato dos Professores, muito embora nos dias que correm, sejam úteis homens de barba rija para lutar contra as iniquidades deste Governo.

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