sexta-feira, 14 de junho de 2013

Leituras - H. H.


rosa esquerda, plantei eu num antigo poema virgem,
e logo ma roubaram,
logo me perderam o pequeno achado,
mas ninguém me rouba a alma,
roubam-me um erro apenas que acertava só comigo,
um umbigo, um nó,
um nome que só em mim era floral e único

Herberto Helder, in Servidões (pg. 48).

Nota pessoal: das várias recensões que saudaram o surgimento do último livro de H. H., a abordagem que lhe faz António Guerreiro, hoje, na ípsilon (jornal Público), é porventura a mais concisa e a menos poética.
A mais certeira, na minha opinião, e a mais inteligente. Por isso a recomendo, para quem queira ler melhor este livro de Herberto Helder.

4 comentários:

  1. É dificil não ficar curiosa com o livro, de tanto que se vê falar dele mas, eu que ainda não li nada do H.H ( p'ra quê mentir?) acho que vou aproveitar as férias para conhecr por algo mais antigo menos badalado pelos dias de hoje

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  2. Estou à vontade, Teresa, porque já o escrevi aqui, no Blogue, uma ou duas vezes:"H. H. não é um poeta da minha família..." (Prefiro a poesia de Eugénio de Andrade).
    Dito isto, e com a isenção que me assiste, posso afirmar que H. H., neste momento, é o maior poeta português vivo - com toda a relatividade que a afirmação subjectiva contém.
    E "Servidões" é, para mim, um dos melhores, senão o melhor livro dele.

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  3. Eu gosto muito, muito, de H.H., e mais de uns livros do que de outros. Ainda não li Servidões. Gostei muito deste poema que escolheu.
    Tenho ali a Ípsilon. Talvez a leia logo ou amanhã.

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  4. A poesia barroca como, de algum modo, é o caso da obra de H. H., sempre me desmotivou a leitura.
    Mas este é um livro mais aberto, mais linear. Estou a gostar muito de o ler.
    Além disso, é caso raríssimo que um poeta consiga esta frescura original por volta dos 80 anos. Normalmente, o que conseguem são uns pequenos chilreios, para não dizer: água chilra...

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