O surdo e cavo tom do silêncio domina o fim da tarde ainda quente, como se o dia não pudesse, de todo, acabar assim. E tivesse que haver um final inesperado e estridente, que não chega. Como se dois versos antigos esperassem, suspensos, uma coda súbita que iluminasse de fulgor, finalmente, o terceto inacabado, e lhe desse toda a razão de ser.
Vozes exteriores acatam este ar parado onde parece impossível respirar, e onde o vento não tem lugar. Até as folhas se alinharam imóveis, como cabeleiras secas e inertes sobre o tronco das árvores. Nem os pássaros, exaustos, dão sinal de si, sobre as águas paradas. O tempo plasma-se como os relógios no quadro de Dali. Lânguidos, e preguiçosamente.
Imagino, pelas suas palavras, que esteja um calor difícil de suportar.
ResponderEliminarVamos fazer assim: envio chuva daqui (tenho muita para oferecer) e o APS, em troca, envia-me uns 5 graus. Que me diz? ;-)
Adorei o texto. Lembrou-me a quietude dos dias quentes do (nosso) sul e da qual tenho saudades.
Boa noite! Votos que o tempo refresque um pouco mais por aí. :-)
Poder-se-ia, através de uma troca em espécie, realmente, fazer um "comércio justo" que equilibrasse este excesso..:-) Ou como diz o adágio: "os que podem, aos que precisam".
ResponderEliminarObrigado!
Daqui, já terá que ser: bom dia!
Hoje de manhã havia uma brisa que foi desaparecendo. A noite está bastante quente.
ResponderEliminarPois, hoje, nem essa brisa há, e ainda é cedo.
ResponderEliminarBom dia, MR!