quarta-feira, 12 de junho de 2013

Santos Populares


Iniciam-se, hoje, as Festas dos Santos Populares que, começando pelo Sto. António, se ocuparão, cronologicamente, de S. João e S. Pedro, a seguir. A fantasia e afecto populares fê-los descer dos altares e da iconografia oficial, para virem à rua e folgarem na imaginação. O talentoso orador sagrado, António de Lisboa ou de Pádua, onde morreu, transformou-se num santo casamenteiro e, nas Guerras da Restauração, foi até considerado soldado, como patrono, subindo de posto com as vitórias alcançadas, chegando à patente de tenente-cronel e recebendo o soldo correspondente. O casto S. João transformou-se, pela imaginação popular, num brejeiro admirador de moças, brincalhão. A S. Pedro muito pouco foi acrescentado, porque a tradição já o considerava homem caldeado pela vida e rosto sulcado pelas rugas, de pele crestada pelo sal e pelo sol, na sua vida de pescador.
Também as sardinhas fazem parte destas Festas, talvez porque atingem o seu esplendor gastronómico neste mês de Junho e são, por isso, largamente consumidas nestas noites de folguedo. Muito recentemente, e desde há 10 anos, são motivo para jovens artistas darem largas à sua imaginação, com variações sobre o tema. Ao longo destes anos, há já um acervo considerável composto por 294 artísticas sardinhas que estarão em exposição na Galeria Millennium, Rua Augusta, 96, em Lisboa, até 24 de Agosto. Em imagem, uma pequena parte do catálogo produzido para a exibição.

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