terça-feira, 4 de junho de 2013

Mais um poema de Manoel de Barros (1916)


9.

De noite passarinho é órfão
para voar. Não enxerga
nem o pai das vacas
nem o adágio dos arroios.
Seu olho de ovo emaranha com folhas.
No escuro não sabe medir direcção e trompa nos paus.
Passarinho é poeta de arrebol.

2 comentários:

  1. Já no outro dia pôs um poema deste poeta que eu desconhecia. Gostei mais desta poesia. E fui ver o que é «arrebol». :)

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  2. Só tenho pena é de ter apenas 2 livros do Manoel de Barros, porque é uma voz originalíssima.

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