terça-feira, 11 de junho de 2013

Em diagonal


É sabido que Nelson Mandela (1918) se encontra entre a vida e a morte e até um jornal inglês, para escândalo de muitos, titulou na primeira página: que o deixassem descansar. Parece-me justo - foi uma vida cumprida, pelas melhores razões e pelos mais humanos e nobres princípios.
Mas antes que o ciberespaço se encha de carpideiras e orações fúnebres, quando a sua morte acontecer, queria chamar a atenção para um aspecto lateral que não deixa de ser importante, para mim.
Há muita gente que confunde, em democracia, tolerância com fraqueza, liberdade com abuso, direito à diferença com o exercício de dislates, insultos e baixezas. Nem a ética nem a democracia se compadecem com isso, muito menos com a violência, seja ela verbal ou física. Na síntese de uma mudança tem sempre que existir um diálogo limpo e leal, e um consenso.
A África do Sul teve, em simultâneo, a sorte do encontro de dois homens justos, tolerantes e democráticos, na sua encruzilhada de Futuro. Por isso, ao falar de Mandela, não posso esquecer Frederik de Klerk (1936). Foi deste respeito mútuo que morreu o Apartheid e a nação Sul-Africana ganhou direito à sua razão de ser.

5 comentários:

  1. Onde é que se assina? Belíssimo texto. Uma análise muito pertinente; e justa.

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  2. Um HOMEM que admiro imenso e que foi uma grande surpresa para (quase) toda a gente. Por tudo o que disse e tb por não se ver nele qualquer azedume. O que pela vida que teve é OBRA.
    Estava em Inglaterra, num Verão, em que começaram umas grandes campanhas pela libertação de Mandela e de boicote aos produtos sul-africanos.

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  3. Quanto ao título do Sunday Times «It's time to let him go», parece-me corajoso, pouco politicamente correto. Muitas vezes, a própria pessoa já não quer viver.

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  4. É um Homem digno do maior respeito, pelo menos para aqueles para quem a Ética é, em si, um valor humano. Se eu ainda tivesse heróis, MR, ele estaria à frente...

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