quinta-feira, 24 de julho de 2014

Sonho, emoção e imaginação


Os sonhos têm, maioritariamente, uma natureza emocional. Dos pesadelos aos sonhos agradáveis, a razão pouco ou nenhum controlo neles exerce. Porque tudo se passa numa ficção do inconsciente, que parece originar-se, a maior parte das vezes, de forma autónoma, retendo do real apenas a hipótese da probabilidade envolvida por uma vaga verosimilhança possível. O sujeito-produtor faz parte do cenário e a sua vontade pouco ou nada interfere no desenrolar da "narrativa", pelo menos, de forma consciente.
Numa recensão, do TLS (nº 5807), ao livro Emotion and Imagination, de Adam Morton, Adrienne Martin refere, parafraseando o autor da obra: "emoção é um estado mental que liga uma representação da actualidade com representações de possibilidades. Para usar um dos exemplos de Morton: o medo é o elo de ligação entre a representação de uma criança que se aproxima de um precipício e o imaginar-se a criança caindo."
Destes dois postulados ressalta o papel da imaginação. E é legítimo inferir, ainda que numa conclusão ligeira, que a razão adormece no sono, mas a imaginação e a emoção se mantêm despertas no sonho.

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