quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A indiferença e a distância

A frase, lida há muito e já não sei aonde, nunca a esqueci. Diz mais ou menos isto: incomodámo-nos mais com um vizinho que partiu um braço, do que com 50.000 pessoas que morreram na China, por causa de uma grande inundação. É o insólito das reacções humanas. Que se mantém.
Porque, ontem, ao ler o "Obs", no editorial de Jean Daniel, deparei com uma ideia muito semelhante que, traduzida, diz o seguinte: "Não há um dia em que o boletim informativo não termine, cada vez mais resumidamente, com o número de mortos sírios, e que se lhe preste, gradualmente menos atenção do que ao boletim metereológico."

4 comentários:

  1. É verdade e é terrível. E deixo também um desabafo, que espero que não ofenda ninguém. Uma vez numa discussão, por causa do 11 de Setembro, uma pessoa disse-me que lhe fazia mais impressão ver pessoas brancas a morrer, do que as de outras raças. Confesso que foi algo que me chocou muito. A nossa quase-indiferença perante o sofrimento alheio - sobretudo em países com culturas/raças diferentes da nossa - é, para mim, verdadeiramente triste.

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  2. É da natureza humana, Margarida. Mas é também, parece-me, um instinto de defesa, essa anestesia que se vai instalando nas nossas cabeças, talvez para nos poupar ao sofrimento quotidiano e sucessivo, e manter-nos alguma sanidade mental, perante tanta violência que existe.

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  3. O que se passa na Síria é para mim incompreensível.

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  4. Empate técnico: Rússia e China x UE e EUA..:-(

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