terça-feira, 2 de outubro de 2012

À guisa de explicação ( e justificação )

Correm, nos mentideros portugueses, histórias piedosas sobre o ex-homemdourado Sachs e sobre o agente Viegas da cultura. A primeira, de foro oncológico, o que justificaria o súbito emagrecimento da criatura; a segunda história, de foro fiscal, que explicaria a aceitação (pressionada de cima), para o cargo, do conhecido entertainer luso. No cepticismo temperado que me caracteriza, não acredito nos enredos. Penso que são meras manobras de contra-informação difundidas, expressamente, para que olhemos as duas criaturas com caridade, benevolência cristã, e atenuantes, em relação ao exercício político destas arrogantes e detestáveis criaturas. Ou seja, uma espécie de telenovela da coxinha infeliz ou folhetim do pobre ceguinho, postos a circular para que nos amerciemos deles e desculpemos as suas malfeitorias e oportunismos. Volto a dizer: não acredito.
E, mesmo que fosse verdade, não atenuariam, um milímetro que fosse, a sua responsabilidade cívica, ética e política, nem do ex-homemdourado Sachs, nem do agente Viegas.
Não é por ter sido corcunda e ter um braço inerte (segundo Shakespeare), que Ricardo III, com as suas atrocidades, teve absolvição. Nem Franco, já em agonia, terá merecido o reino dos céus, ao abandonar à morte, 2 etarras, sem lhes comutar a pena para prisão perpétua. O caudilho moribundo quis companhia, na morte...
Uma figura sinistra é, sempre, uma figura sinistra. Portadora, até ao fim, de uma responsabilidade moral, mesmo que tenha um cancro, em situação terminal. Ou que não tenha dinheiro para pagar ao Estado, o que deve, e seja encostado à parede. Há os ratos e há os homens. Lá por estar aleijadinho, o sr Schäuble, não tem direito a atenuantes humanas ou políticas, nem à nossa caridade cristã, pela sua intransigência anti-europeia.

6 comentários:

  1. É uma soada que já sopra de muitos lados.

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  2. Até pode ser que seja verdade. E mesmo que o seja, não obrigaria a terem mais tino e mais respeito pelo país?

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  3. São os novos "vendilhões do Templo", lendo pela cartilha economicista obsoleta, sem terem em conta nem a realidade portuguesa, nem a soildariedade.

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