O início do Outono assemelha-se no tempo, por vezes, e na luminosidade aos dias do final do Inverno e ao prenúncio da Primavera. Por isso me deu vontade, hoje, de traduzir este poema de John Updike (1932-2009), incluído em Endpoint and other poems (pg. 56, "Stretch"), de 2009.
Esforço
Que luz será mais terna
do que esta de Fevereiro jovem
às 5 e 5 da tarde, ou à volta disso
tentando romper em claridade?
Os caixotes do lixo estão vazios
e erguem-se direitos na curva da rua,
as árvores no pequeno parque
mantém, na sombra, velhos flocos de neve,
mas a rude canção de um pássaro
atravessa a nuvem de esperados brotos
enquanto uma nuvem real se vai avermelhando
no repentino azul que se prolonga.
Não conhecia e gostei. Obrigada.
ResponderEliminarFoi um gosto,MR. :-)
ResponderEliminarEstive a ler este livro (edição portuguesa c/tradução de Ana Luísa Amaral).
ResponderEliminarDescobri Updike num programa de literatura apresentado por Simon Callow que dava no segundo canal aos domingos na década de 80 e desde então tenho lido o que encontro.
O livro "Ponto Último e outros poemas" descobri na Feira do Livro este ano (3,50), que comprei em conjunto com o último volume do Rabbit (5,00), que me faltava.
Gostei da sua tradução do poema, na edição portuguesa este poema surge na pág. 63.
Desejo-lhe um bom fim-de-semana!
Rui
Tenho grandes dúvidas sobre a sensibilidade e capacidade de ALA, como tradutora.
EliminarSobre Updike fiz, após reflexão demorada, o meu trabalho de Seminário, na FLL da universidade, sobre a sua obra (basicamente, da prosa). Daí ter 13 entradas, no Arpose, a propósito. Conheço, assim, minimamente, a sua obra, que considero de qualidade. Muito embora ela esteja, nos EUA, a ser objecto de "reavaliação".
Retribuo, cordialmente, os seus votos.