sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Salão de Recusados XXVII : a verdade, o erro e a revolta


1. "...os homens estão longe de considerar como supremo bem a relação com a verdade, a sua relação pessoal com a verdade, como estão longe de concordar com Sócrates em que a pior das infelicidades é estar em erro; neles, o mais das vezes, os sentidos têm mais força do que a intelectualidade..."
Sören Kierkegaard (1813-1855), in Desespero Humano (pg. 82), tradução de Adolfo Casais Monteiro.

2. "... O que é um homem revoltado? Um homem que diz não. Mas se ele recusa, ele não renuncia: é também um homem que diz sim, desde o seu primeiro movimento. Um escravo, que recebeu ordens toda a sua vida, e julga de repente inaceitável uma nova ordem. ..."
Albert Camus (1913-1960), L'homme revolté (pg. 25).

3. "...sugiro que se, de facto, estamos a entrar numa civilização do aleatório, e da dúvida fundamental e total, sem aposta, é possível, então, que certas grandes categorias da arte não subsistam. (...) Por isso, o meu ponto é muito simples: alguém que ame deveras o ser humano não tem qualquer condescendência para com ele: sabe aquilo de que ele é capaz. A nossa filosofia da educação não quer saber aquilo de que a criança é capaz."
George Steiner (1929), in Barbárie da Ignorância (pgs. 67 e 87), tradução de Miguel Serras Pereira.

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