Foi um dos poetas de leitura mais frequente na minha juventude. Tem, na sua bibliografia, mais de 50 livros de poesia publicados. Mais 4 de Ensaio. Organizou o quarto volume de Líricas Portuguesas (1969), com grande sabedoria e sensibilidade. António Ramos Rosa (17 de Outubro de 1924) é um homem e poeta de grande generosidade. Mas o excesso, por vezes, também extenua. Sobretudo se a fidelidade for permanente. O último livro que dele comprei foi Dezassete Poemas (1992), que é uma espécie de glosa do livro Conjuntivo Presente, de António de Almeida Mattos, e a ele dedicado. Também me lembro que li A Nuvem sobre a Página, em Abril ou Maio de 1978, sentado num banco do jardim do Campo Pequeno, e com simpática ou sincera adesão aos poemas do livro. São coisas que se não esquecem. Mas, hoje, prefiro lembrá-lo através de um pequeno poema de Estou vivo e escrevo Sol (1966), intitulado "Diálogo Imóvel" (pg. 17):
No quarto lavado
perfeito quadrado
- que diálogo branco
entre a flor e a lâmpada
Uma é vida acesa
e branca
outra silêncio de rosa apagada
Que vem dizer o sol
entre a flor e a lâmpada
que vem dizer o poema
no silêncio da casa?
Gosto muito do Ramos Rosa. Acho que vou aproveitar esta dica para também o colocar no Prosimetron.
ResponderEliminarFaz muitíssimo bem,MR.
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