domingo, 17 de outubro de 2010

Nos 86 anos de António Ramos Rosa


Foi um dos poetas de leitura mais frequente na minha juventude. Tem, na sua bibliografia, mais de 50 livros de poesia publicados. Mais 4 de Ensaio. Organizou o quarto volume de Líricas Portuguesas (1969), com grande sabedoria e sensibilidade. António Ramos Rosa (17 de Outubro de 1924) é um homem e poeta de grande generosidade. Mas o excesso, por vezes, também extenua. Sobretudo se a fidelidade for permanente. O último livro que dele comprei foi Dezassete Poemas (1992), que é uma espécie de glosa do livro Conjuntivo Presente, de António de Almeida Mattos, e a ele dedicado. Também me lembro que li A Nuvem sobre a Página, em Abril ou Maio de 1978, sentado num banco do jardim do Campo Pequeno, e com simpática ou sincera adesão aos poemas do livro. São coisas que se não esquecem. Mas, hoje, prefiro lembrá-lo através de um pequeno poema de Estou vivo e escrevo Sol (1966), intitulado "Diálogo Imóvel" (pg. 17):

No quarto lavado
perfeito quadrado
- que diálogo branco
entre a flor e a lâmpada

Uma é vida acesa
e branca
outra silêncio de rosa apagada

Que vem dizer o sol
entre a flor e a lâmpada
que vem dizer o poema
no silêncio da casa?

2 comentários:

  1. Gosto muito do Ramos Rosa. Acho que vou aproveitar esta dica para também o colocar no Prosimetron.

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