De Mandarins e Brâmanes cercado;
Brilhante açúcar em torrões cortado;
O leite na caneca branquejando;
Vermelhas brasas alvo pão tostando;
Ruiva manteiga em prato mui lavado;
O gado feminino rebanhado,
E o pisco Ganimedes apalpando:
A ponto a mesa está de enxaropar-nos,
Só falta que tu queiras, meu Sarmento,
Com teus discretos ditos alegrar-nos.
Se vens, ou caia chuva, ou brame o vento,
Não pode a longa noite enfastiar-nos,
Antes tudo será contentamento.
Nota pessoal: estava eu a pensar neste chá de Inverno, de Correia Garção (1724-1772), quando, do outro lado da net, no Prosimetron, a MR colocou um poste sobre o chá das 5. É neste tempo frio que ele, realmente, mais apetece. Garção tinha as suas tertúlias, ali, entre a Rua Maria Pia e o Casal Ventoso, numa casa da quinta que era da mulher. Aí se lhe juntavam os amigos, em cavaqueira amena, que ele refere neste soneto saboroso e intimista. Aqui fica geminando, dedicado o poste a MR, o poema de Garção.
Mas este chá tem muito mais encanto.
ResponderEliminarHoje esteve (e está) um frio...
Agora vou tomar o meu chá da noite. :)
Boa noite!
Na verdade, o soneto está bem "esgalhado" e é um dos que mais gosto, de Garção.
ResponderEliminarHoje, também fui no chá (preto)...
Boa noite!