terça-feira, 18 de março de 2014

Da literatura, dita infantil


Não sendo eu especialista na matéria, julgo poder dizer que, afora as fábulas, a literatura infantil, na Europa, é relativamente tardia. Se é consensual que o francês Charles Perrault (1628-1703) foi um dos pioneiros na temática, seguido, em qualidade, pelos irmãos Jacob (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859), e pelo dinamarquês Hans C. Andersen (1805-1875), na Inglaterra, por exemplo, só nos finais do século XVIII, o tema começa a ganhar forma, de modo ainda incipiente, através das nursery rhymes. Mas cresce, sobretudo, de forma expressiva, durante todo o século XIX, e ainda hoje.
Sabemos do boom que foi a literatura infantil, em Portugal, no século passado, mas creio poder afirmar que a temática foi, por cá, ainda mais tardia. E julgo que se pode dizer que ela só se começou a afirmar, significativamente, a partir de finais do século XIX. E, pergunto-me, porque terá sido assim?

7 comentários:

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  2. Alguns membros da Geração de 70 interessaram-se pela chamada literatura para a infância, principalmente Adolfo Coelho, Consiglieri Pedroso e Teófilo, mas tb Trindade Coelho, Junqueiro e Antero. Alguns sabiam alemão, e Carolina Michaëlis pô-los em contacto com a obra dos Grimm, não apenas a da recolha das histórias populares. Com tudo o que tinha a ver com as nossas raízes.
    Acho que teve a ver com as preocupações que este grupo teve em relação à educação do povo. E a obra que nos legaram!
    Mais tarde, na República houve a mesma preocupação, vindo alguns deles dessa Geração e sendo outros seus herdeiros.

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    1. Muito obrigado, MR, pelas suas pertinentes achegas sobre o tema e autores, em Portugal.
      Bom dia!

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  3. Um tema que me interessa muito. Sou uma admiradora de Ana de Castro Osório e da sua colecção de contos portugueses, que me foram lidos quando era criança. Já para não falar dos «Animais nossos Amigos» de Afonso Lopes Vieira. A minha avó também escreveu contos infantis e existiam revistas infantis muito engraçadas noutros tempos, como era o caso de «O Senhor Doutor».

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    1. Li também muito de Ana de Castro Osório, mas talvez o livro que melhor recordo, dessas minhas primeiras leituras, foi "Coração" de Edmundo de Amicis.

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  4. Li muitos desses autores desde o Trindade Coelho (que apreciei muito mais em adulta) e Junqueiro ao Aquilino.
    Mas adorei o Coração de Edmundo de Amicis que li vezes sem conta, sempre a chorar. :)

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    1. Francamente, não me lembro se chorei ao ler "Coração", mas que me comovi imenso, é um facto.

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