sábado, 22 de março de 2014

Pequena história (28)


Óscar Lopes (1917-2013) foi um aluno liceal brilhante, com altas notas, nomeadamente, a Latim, em que teve, como professor, Francisco Torrinha. Na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, veio a licenciar-se em Filologia Clássica, onde também obteve muito boas classificações, excepto na cadeira de Latim, onde um professor (?) lhe atribuiu apenas 11 valores, que foi a sua mais baixa nota, destoando grandemente da média restante.
Já quase no final do curso, o Professor Rebelo Gonçalves desafiou-o a que apresentasse a sua tese - uma vez que o catedrático ia para Coimbra -, porque gostaria de ser o orientador e presidir ao júri da prova final. Óscar Lopes aceitou o repto, e entregou a tese, a tempo. O júri foi presidido, efectivamente, por Rebelo Gonçalves mas, no grupo da mesa de arguentes, encontrava-se também o professor de Latim, que lhe dera a baixa classificação.
Todos foram elogiosos quanto ao trabalho da tese, excepto o dito cujo professor que desabafou, contrariado, dizendo não perceber a qualidade do aluno, até porque, quando fora seu mestre, não lhe tinha notado tantos méritos. Ao que Óscar Lopes, perante risada geral dos colegas da assistência, retorquiu apenas:
- A culpa não é minha!...

Nota: o falecimento de Óscar Lopes ocorreu, precisamente, há um ano (22/3/2013).

para o António, com um abraço.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Esse mesmo!
      Mas que deu boas classificações, em Latim e no Liceu, a Óscar Lopes.
      Do nome do professor universitário que lhe deu o 11, não reza a história..:-)

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