segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Constatações


Ainda hoje, embora cientificamente comprovado (Charles Darwin), me causa uma certa estranheza e desconforto, saber que o ser humano, por evolução qualitativa, descende dos macacos. É certo que, também por desvios genéticos ou estupidez natural, alguns dos nossos semelhantes, muitas vezes, nos parecem mais próximos dos chimpanzés, do que de seres humanos, já evoluídos.
Foi por isso que, com surpresa e agrado, li um texto em que se relata, em relação a chimpanzés, algumas vertentes do seu comportamento que os aproxima, indubitavelmente, dos seres humanos, através de algumas manifestações sensoriais. Se em cativeiro (Zoos, laboratórios de pesquisa...) eles perdem grande parte dessas reacções naturais e estejam condicionados, observados em liberdade, em muitos casos, eles têm reacções aproximadas às do Homem.
Assim o sentimento da vergonha, a indignação e, até, algum sentido moral existem neles. E as expressões faciais não andam muito longe das nossas, bem como os gestos que fazem, ao exprimi-los. Mas também a sua perspectiva em relação à morte de algum elemento da comunidade. O respeito em relação ao corpo já frio, que lhes merece, sempre, algum tempo de vigília, e que, antes de ser abandonado, é coberto por folhas das árvores da floresta.
E, mais curiosa ainda, é a atitude dos chimpanzés para com as crias, se ficam sem ambos os pais: acolhem-nas, adoptam-nas e tomam conta delas enquanto são pequenas, desveladamente, como se fossem seus próprios filhos. A solidariedade existe entre eles. O mesmo não se poderá dizer de muitos dos políticos que nos (des)governam, hoje em dia...

6 comentários:

  1. É bem verdade. Há pessoas que são bem menos evoluídas que muitos animais. Por isso houve que dissesse (não me lembro quem): quanto mais conheço os homens mais gosto do meu cão. Eu, como sou uma panteísta confessa e adoro bicharada, compreendo perfeitamente essa frase. Não sei se viu o filme «Gorilas na bruma» ou «O Urso». Ambos comoventes.

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  2. E acrescento: doeram-me bem menos as arranhadelas e dentadas de cães, gatos, ratos, galos e lobos (estou a ser sincera) do que as palavras e actos que já ouvi de muitas pessoas...

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  3. Margarida Elias, a frase (de Pierre Desproges) é um bocado sexista: «Plus je connais les hommes, plus j’aime mon chien. Plus je connais les femmes, moins j’aime ma chienne.»

    Quanto aos macacos e chimpanzés, adoro! No Jardim Zoológico, fico sempre especada a vê-los: as suas atitudes e reações. Estamos ali.

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  4. Vi o primeiro dos filmes, Margarida, e gostei. E percebo a sua ideia sobre as "arranhadelas"...

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  5. Também eu gostava de os ver, na sua frenética actividade, no Zoo. De uma das vezes, um dos macaquitos mais pequenos,deu um salto espectacular e rapinhou um gelado, das mãos do meu filho mais novo - nunca mais nos esquecemos.

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