terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Adagiário CXXI : bruegheliana (12, e última)


Último dos pratos de madeira, e talvez o mais brejeiro, dos pintados por Pieter Brueghel, a legenda, em neerlandês (ou flamengo), regista: Tegen de maan pissen. E, nas correspondentes várias, traz as seguintes equivalências:
- Pisser contre la lune (francês).
- Den Mond löschen (alemão).
- To «shoot» the moon (inglês).
As versões alemã e inglesa, traduzidas para português, dariam qualquer coisa como: atingir ou apagar a lua. A francesa é bem mais crua e reproduz a legenda original: urinar contra a lua.
Em qualquer dos casos, para mim, a interpretação mais provável seria: levar a cabo uma tarefa inglória, ou condenada ao insucesso. E, a mais, não chego. Mas seria essa a intenção da metáfora pintada por Brueghel? É o que, em bom rigor, nunca saberemos, ao certo...

6 comentários:

  1. De facto, a expressào quer dizer tentar algo impossível. (http://www.bijbelencultuur.nl/)
    Relativamente a expressão "In de ene hand vuur, in de andere water dragen" parece, afinal, significar "Ter duas caras como o feijão frade". Pelo menos, foi o que entendi ao consultar o site
    http://www.lenntech.nl/water-spreekwoorden.htm.
    Ou seja, nào é bem dar uma no cravo, outra na ferradura, como tinha inicialmente pensado, após ter lido que esta expressào se referia a duplicidades de comportamento.
    Que pena ser este o último desafio. Estava a gostar muito. :-)

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  2. Também eu lamento que seja o último "Brueghel", Sandra. Obrigado pelo esclarecimento que trouxe ao Adagiário CX, bem como os seus mais contributos preciosos para um melhor entendimento das intenções do Pintor.
    O meu agradecimento cordial!

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  3. A pintura é muito gira. Quanto ao provérbio...

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  4. Esperemos, na interpretação, não andar muito longe da intenção de Breughel.
    Boa tarde, MR!

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  5. Protestar contra a censura na internet, na China, também pode ser como "mijar para a lua". Os blogues são certamente revolucionários para mentes que não querem que se pense.

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  6. Deve ser uma sensação bem desconfortável, JAD!
    Votos de uma boa viagem de regresso, mais serena do que a ida.

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