Nas Conferências do Casino (1871) vários oradores abordaram sobre múltiplas perspectivas a realidade portuguesa. Antero de Quental (1842-1891) focaria o tema "A Decadência dos povos Peninsulares" de que, a seguir, damos um pequeno excerto.
"...Há, com efeito, nos actos condenáveis dos povos peninsulares, nos erros da sua política e na decadência que os colheu, alguma coisa de fatal: é a lei da evolução histórica, que inflexivel e impassivelmente tira as consequências dos princípios introduzidos na sociedade. Dado o catolicismo absoluto, era impossível que se lhe não seguisse, deduzindo-se dele, o absolutismo monárquico. Dado o absolutismo, vinha necessariamente o espírito aristocrático, com o seu cortejo de privilégios, de injustiças, com o predomínio das tendências guerreiras sobre as industriais. Os erros políticos e económicos saíam daqui naturalmente; e de tudo isto, pela transgressão das leis de vida social, saía naturalmente também a decadência sob todas as formas. (...) É o abatimento, a prostração do espírito nacional, prevertido e atrofiado por uns poucos séculos da mais nociva educação. ..."
Vamos lá a ver se é desta que consigo aqui escrever. Não sei o que se passa hoje que os comentários não agarram.
ResponderEliminarEste texto é fantástico. «Uma prosa luminosa», como chamou Lobo Antunes à escrita de Antero.
Obrigado,MR. Quanto ao resto, se calhar são as forças da reacção...:-)
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