Não sendo hermética ou difícil, a poesia de John Kinsella (1963), nascido na Austrália, é pelo menos original e individualizada nos seus temas realistas. Segundo alguns críticos ingleses, a sua obra é reconhecida por um lirismo constantemente desconstruído.
O que não o proíbe de ser um artista interventivo, com posições pouco ortodoxas. Recentemente recusou, por exemplo, ser um dos 4 nomeados para o T. S. Eliot Poetry Prize, cujo montante é de 15.000 libras.
No excerto de poema (The Ambassadors), que vamos traduzir, Kinsella fala da Austrália e dos australianos da diáspora, assim:
Pelo tempo frio somos tão grandes
quanto as nossas roupas, defendendo-nos
do fracasso com a imunidade diplomática,
explorando os limites dos plenos poderes.
Descrevemos para quem nos visita
o lugar donde viemos: é grande e muitas
ameaças climáticas se cruzam na linha costeira.
O interior é, dentro da sua mesma interioridade,
um infinito. Uma ilha, embora sem fim.
Sim, há um calor enorme que preenche
todos os extremos. Sim retemos a poeira rubra
sob as unhas dos dedos, anos e anos
mesmo depois de chegar à Grande Cidade.
...
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