Só recentemente fiquei a saber que a expressão "Made in Germany" remonta ao ano de 1887, mais precisamente à publicação de uma lei inglesa. Com a "Merchandise Act", os produtores britânicos pretendiam acabar com os produtos contrafeitos, de origem alemã e de má qualidade, que invadiam o mercado inglês. Na altura, a Inglaterra tinha uma indústria muito desenvolvida e impunha-se pelo seu elevado nível de qualidade, enquanto a alemã, em comparação, se encontrava num patamar de subdesenvolvimento. O artigo publicado, hoje, no jornal Der Spiegel, a quem devo o esclarecimento, adianta também que os industriais alemães enviavam, com frequência, "espiões" em "viagem de estudo" para a Inglaterra a fim de copiarem os processos de produção de uma forma atrevida.
O que não se esperava, aconteceu. A imposição da identificação dos produtos alemães com a marca "Made in Germany" levou a uma viragem inesperada. O que dantes era sinónimo de "cópias" baratas passou, em pouco tempo, a representar produtos de qualidade.
De facto, em pequena, achava estranho uma marcação, em língua estrangeira, de produtos que faziam parte do meu universo, como mostra a foto acima, e dos quais não resisto a aduzir algumas imagens e observações.
Aqui está a marca "Steiff" dos meus bonecos de peluche de que, infelizmente, só restam 3 ou 4.
Aprendi a escrever com lápis e, na 4ª classe, passei a ter uma caneta de tinta permanente Pelikan, que ainda hoje tenho. O professor, com razão para mim, não autorizava o uso da esferográfica, porque "torna a letra feia", dizia ele. O meu material de escrita preferido continua a ser o lápis e prefiro os moles (HB ou B) aos duros (H) e não resisto a comprá-los em quantidade para não se esgotar o "stock" em casa.
Os vestidos das netas surgiram das mãos habilidosas da avó, usando uma máquina de costura "Pfaff". Mais tarde, na escola, também aprendi a costurar com a mesma marca de máquinas, ainda com pedal, como se usava na altura.
Por fim, não podia deixar de reproduzir a imagem que, em qualquer casa da aldeia, enfeitava o quarto de banho ou o toucador.
Post de HMJ, dedicado a H.N. que tem enriquecido a minha colecção de canetas de tinta permanente
o Perfum mais conhecido na Alemanha era "Portuguese" desdes tempos há: https://shop.4711.com/index.php?cPath=97
ResponderEliminarE neste Made in Germany deve estar a origem do Made in ----.
ResponderEliminarLápis Faber Castell eram um luxo. :)
Também tive canetas de tinta permanente Pelikan.
Um luxo, em Portugal - claro! -, quando eu andava na primária e no início do liceu.
ResponderEliminarPara MR:
ResponderEliminarUm luxo, claro, que normalmente era devido a ofertas, pela primeira comunhão que, na altura, coincidia mais ou menos com o início do ano lectivo, a seguir à Páscoa. Qualquer dia coloco as canetas Pelikan, para explicar a sequência do "escolar" ou normal ao "finório" de aparo dourado.
Cá por esta banda, eram presentes de Natal e de aniversário, e eram muito poupadinhos. No início do ano também tinha uma caixa (normalmente Viarco).
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