quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Fanatismo, poesia e polémica


Nos últimos tempos em França, pelo menos, um grupo ultra-sionista, LDJ (Ligue de Defense Juive), tem-se desmultiplicado em pequenas acções agressivas contra israelitas (pacifistas), árabes e instituições que eles acham contrárias à existência de Israel. No seu próprio país, os judeus ultra-ortodoxos também têm mostrado o seu fanatismo irracional. O facto de o governo ter revogado a lei, com mais de 40 anos, que os isentava de cumprir o serviço militar, serviu de pretexto. Querem ter "sol na eira e chuva no nabal": serem considerados os "super-escolhidos", por um lado, e, por outro, libertarem-se das obrigações de cidadania judaica, para se dedicarem e poderem "estudar" os seus livros sagrados - suprema ironia!...
Mudemos de rumo.
Sempre pensei que as condições geográficas pré-definem e assemelham os pontos de vista de povos vizinhos; e fazem próximas as características e, até parecidas, as manifestações artísticas e culturais. Ainda hoje  considero, por exemplo, a poesia espanhola muito mais próxima da portuguesa, do que a lusa da poesia brasileira, sendo que estas têm uma língua comum. Excluiria desta afirmação o caso e a obra de Cecília Meireles, que classificaria como a mais portuguesa dos poetas brasileiros. Mas a vizinhança, geográfica, favorece quase sempre a semelhança.
Finalizemos.
É por isso que, muitas vezes, penso que os fanatismos judaicos e os extremismos árabes não são assim tão diferentes quanto isso. A geografia de vizinhança irmana-os num mesmo irracionalismo anquilosado e arcaico. A mesma menorização da Mulher, os rituais operáticos, a forma de querer impor as suas causas, não pelo diálogo e pelo pensamento, mas por actos agressivos, violentos e pelo sangue, tornam-nos na imagem aberrante da mesma moeda, com duas faces.

4 comentários:

  1. Creio que a irracionalidade é uma característica das guerras fratricidas. Afinal, não descendemos todos do mesmo Abraão?

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  2. Sim, é verdade, a substância e natureza são comuns a todos. Mas nisto de ódios e guerras parece-me partir, quase sempre, de fés ou verdades dogmáticas (e excessivas) que se instalam e se sobrepõem a tudo, na base mais obscura do homem, onde não existe coerência nem razão.

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  3. Os "caracolinhos" querem-se dedicar ao estudo e ao proselitismo; os outros que trabalhem para eles. Nojento!

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  4. Esta gente dedicadíssima de algumas religiões tem uma auto-estima desmesurada, e protegem-se muito..:-)

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