Não sendo propriamento o método sucessório da Coreia do Norte ou da Síria, causa no entanto alguma estranheza que, num partido da esquerda portuguesa, o seu representante maior, ainda em exercício, designe ou sugira os seus substitutos futuros, e a sua entronização. Ainda para mais, numa escolha colegial: um homem e uma mulher. Não acredito na durabilidade de chefias bicéfalas e, muito menos, politicamente, em poderes colegiais. Ou se comem uns aos outros, ou um deles predomina inequivocamente, ou esse poder implode, mais tarde ou mais cedo.
Lembremo-nos de Roma e do seu triunvirato, recordemo-nos da ex-Jugoslávia que, territorialmente unida, poucos anos sobreviveu à morte do seu fundador, Tito. A sucessão rotativa e colegial, que lhe sucedeu, acabou por pulverizar o poder e acentuar as forças regionais. Com os resultados que sabemos, hoje. Mas também em relação à paródia, em grupos de cómicos, há sempre um que predomina. Nos Monty Python, o papa era John Cleese; nos Gato Fedorento, Ricardo Araújo Pereira é preponderante. Os restantes são figurantes, ou meros peões de brega.
É, por isso, que a solução bicéfala, proposta pelo Superior-Mor do tal partido da esquerda portuguesa, para mim, não colhe, nem se recomenda. A concretizar-se, vai apenas prolongar, por algum tempo, a implosão do poder no interior desse partido. Ou mesmo a sua morte pré-anunciada.
Ontem estive a ver um documentário sobre os Monty Pythons em que John Cleese alegava que uma das características que lhe davam preponderância era a sua altura (1,95 m). O Ricardo Araújo Pereira também é alto... Será que existirá alguma relação entre a altura e o poder?:)
ResponderEliminarPelo menos ajuda, Margarida. E dá confiança.
ResponderEliminar