sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A ubiquidade e o bom senso


As palavras que irei transcrever têm uma actualidade eterna, pelo menos, no que a Portugal diz respeito. São de Jacome Ratton (1736-1820), do seu livro "Recordações de...", no início do capítulo intitulado Sobre o cumulo de muitos cargos publicos na mesma pessoa. Seguem:
"Alem de ser este hum dos grandes defeitos das administraçõens publicas, tambem notava os gravissimos prejuizos, que a estas se seguem, e ao Estado de se acumularem empregos em hum só homem: e entre muitos exemplos, apontava a pessoa de Diogo Ignacio de Pina Manique, que era, ao mesmo tempo, Dezembargador do Paço, Intendente Geral da Policia, Administrador da Alfandega de Lisboa, e Feitor mór de todas as do Reino, &c. &c. &c. Ninguem deixa de ver a impossibilidade physica, que hum homem, por mais activo, e zeloso que seja, tem para desempenhar tantos, e tão importantes empregos, e até mesmo incompativeis nas horas; e quando o chefe de huma repartição não está, nem pode estar presente, que se pode esperar dos subalternos? ..."

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