sábado, 11 de agosto de 2012

O cinismo da Confederação Helvética (CH)


Não tenho, à partida, nenhuma aversão aos habitantes da CH, porque não os conheço. Os falantes de uma das suas línguas - o suiço-alemão - não os percebo, como não entendo certos dialectos do Sul da Alemanha. Deve ser a mesma sensação como um Português do Continente ser colocado, p. ex. como professor, numa escola em Rabo de Peixe, nos Açores. No papel, parece que falamos todos a mesma língua, mas na prática não percebemos patavina. Pelo menos eu.
No entanto, tal facto nunca impediu que gostasse, desde cedo, da obra de um Max Frisch, preferindo o escritor de Zurique a Dürrenmatt, para citar apenas dois suiços que, na altura, se recomendavam para leitura escolar e não só.
Com efeito, quando falo do cinismo da CH não me refiro a um universo linguístico-literário, mas, pelo contrário, ao "descaso moral" e político suiço, passado e presente. Vem isto a propósito de uma frase, cínica, da Ministra das Finanças Widmer-Schlumpf, afirmando que "não queremos fortunas estrangeiras não taxadas" (!) 


Ora, tal afirmação surge na sequência da compra de determinados dados - em formato cd-rom - sobre a fuga de capitais da Alemanha. Uma compra recente, por um dos Estados Federados da Alemanha, levantou a suspeita de lavagem de dinheiro e dinheiros desviados para praças da Ásia. 
Tanto os negócios ocultos que a Ministra suiça pretende negar como o seu apelido fizeram-me recordar um boneco - homónimo em alemão: Schlumpf (em Português: strumpf) - que se tornou objecto de colecção na Alemanha. Escolhi este que me pareceu adequado ao cinismo que encobre este como outros destinos de fuga dos capitais.

Post de HMJ

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