sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O peso na manhã, sem pássaros


Nem se atrevem pássaros sob este capacete plúmbeo que, sobre o Tejo, se transforma numa miopia de neblina imprecisa. As águas parecem "impressionistas" pela sua pouca nitidez, ao olhar.
Nem pombas, nem melros, nem sequer os pardais arriscam a canícula prometida. Apenas um silêncio pesado e sem vozes, pela rua.
Valeram-me, ontem ao fim do dia, 7 estorninhos juvenis atravessando, altos, de Sul para Norte, em voo vertiginoso e feliz. Em busca de paragens mais frescas, talvez. Ou as pombas de Sta. Clara. Uma delas, de bico na vertical, aspirando o vazio de uma goteira, buscando uma gota de água, inexistente. E outras quatro que acorreram velozes por sobre 5 ou 6 greiros de arroz, que eu sacudi da mesa do restaurante, para o chão da esplanada

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