SubúrbioA custo de pé se mantêm os muros
Ao longo desta rua
Íngreme, cheia de curvas.
Dir-se-ia que vieram todos, os do bairro,
Enxugar as mãos gordurosas no rebordo das janelas,
Antes de em conjunto penetrarem na festa
Onde parecia cumprir-se o seu destino.
Vê-se um comboio a arrastar-se por cima da rua,
Vêem-se luzes a acender-se,
Vêem-se quartos sem espaço.
Por vezes uma criança chora
Na direcção do futuro.
Guillevic (1907-1997), in Vozes da Poesia Europeia III / Traduções de D. Mourão-Ferreira.
Não conhecia este «Subúrbio», de que gostei. Não propriamente desta visão de subúrbio, mas do poema. :)
ResponderEliminarDavífen tem um livrinho (Ulisseia?)com vários poemas traduzidos, de Guillevic.
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