Nomes há que, por qualquer misterioso desígnio, não nos caem em graça. Será o caso, para mim, de Elaine Sanceau (1896-1978), inglesa de ascendência francesa, nascida em Croydon, que passou pelo Brasil, ainda adolescente, e se veio a fixar em Portugal, a partir de 1930, no Porto, onde veio a morrer, já idosa. Tem vasta obra sobre a História de Portugal, especialmente, sobre a época dos Descobrimentos.
Eu, que aprecio muito obras sobre História, nunca tinha lido nenhum dos seus livros. Mas, há dias, comprei o primeiro (Recortes de Pequena História, Ed. Civilização, 1964). Ora, há neste livro, um episódio simples mas pitoresco que, Elaine Sanceau desenterrou de uma miscelânea manuscrita, do séc. XVI, que se encontra na Biblioteca Pública de Évora. No frontispício do velho códice, há a pintura de uma galinha, nas cores vermelha e preta. Refere o registo que, em 1587 "- na nau Nazaré, de que veio por capitão Eytor Velho Barreto, o qual deo esta galinha nesta cidade a Cosme Tavora, e disse ser esta galinha nacida no termo de Guimarães." E Elaine Sanceau remata assim a transcrição do manuscrito quinhentista: "Esta galinha não consentiu nunca em dez anos que viveu na Yndia, que galo destas partes a gallasse. Quando queria chocar hia buscar hum gallo de Portugal para a gallar."
Em pequena li umas obras dela, publicadas pela Civilização, numa colecção de que nao recordo agora o título - qualquer coisa como Quer saber?...
ResponderEliminarSe encontrar, ainda faço um post no Prosiemtron.
Estou a ficar avezado com a leitura deste livro de E.S., por isso, incito-a a que faça o poste no Prosimetron, MR.
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