Da leitura do "Le Monde", de 13/10/2011, amavelmente cedido por H. N., ressaltaram-se-me à reflexão 2 pontos de vista que passo a referir e traduzir, para partilha mais alargada:
1. Sanjay Subrahmanyam (1961), académico indiano a leccionar na América (Califórnia) e autor duma extensa biografia sobre Vasco da Gama ( ao que parece, "homem de pernas muito curtas, barba preta, nariz longo e lábios apertados") foi entrevistado pelo "Le Monde", a propósito da tradução e saída dessa biografia, em França, do navegador português. Numa das respostas, Sanjay afirma: "...É errado dizer que os Portugueses vieram ao oceano Índico para abrir o mercado, eles foram lá para fazer um certo tipo de comércio, com muita violência. ..."
Devo acrescentar que, quando li aqui há uns anos esta biografia, em português, não achei este historiador, de origem indiana, particularmente imparcial.
2. No mesmo jornal, li com especial interesse um texto de Elisabeth Roudinesco (1944), francesa de origem paterna romeno-judaica, analisando e comentando um livro de Laure Murat, intitulado "L'homme qui se prenait pour Napoléon". Diz a jornalista que "Todos os médicos da alma puseram a questão de saber se as convulsões políticas desempenharam um papel na eclosão do delírio e na aparição da loucura." E há, também, intercalado no texto, um sub-título muito curioso: "O nascimento da psiquiatria coincide com a invenção da guilhotina."
Ora, se os portugueses não estão a ser, nem vão ser (que eu saiba) guilhotinados, no momento presente, pelo menos, estão a ser asfixiados, desesperadamente, do ponto de vista económico-financeiro.
com agradecimentos a H. N..
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