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Uma mercearia ao fundo, ao lado um baloiço em forma de ganso e, em acabamento, a pintura do carrinho de bonecas.
Expliquemos, então, a história oculta da fotografia. Um tio, insigne marceneiro, actualmente com 97 anos feitos, já tinha terminado o que pertencia ao seu ofício, i.e., a concepção e execução dos brinquedos em madeira. Os "trolhas" na foto, o irmão, com chapéu (!), e o cunhado procediam, sob o olhar distante da matriarca, ao retoque final das pinturas. Aproximava-se o Natal e era preciso concluir a obra, até altas horas da noite.
A mercearia, com gavetas para os produtos - e até um relógio - destinava-se à menina mais velha; o carrinho de bonecas à do meio. Obviamente, o baloiço de ganso era para a mais pequena.
Fixou-se-me na memória o desgosto quando um dia de manhã encontrei o ganso todo inchado. Tinha ficado no jardim, à chuva, e a "madeira compensada" descolou-se, mostrando as várias camadas de que era feito.
Post de HMJ
Para H.N. como complemento do relato oral.
Adorei o relato ilustrado.
ResponderEliminarPara MR:
ResponderEliminarObrigada. Foi um prazer recordar.
Em busca do espírito perdido (do Natal). Assim se explica por que razão hoje em dia perdeu sentido. Uma memória de como era a vida antes da tirania da sociedade de consumo. Magnífico post! Obrigada, HMJ.
ResponderEliminarPara c.a.:
ResponderEliminarO consumo empobrece e não deixa memória.
Ainda bem que gostou.