quarta-feira, 13 de abril de 2011

arte menor (5)


Artes e ofícios

A luz que se debruça nas palavras

incendeia o que resta de uns gravetos

húmidos. Mas não arde.

As rendas de minha mãe

eram perfeitas: muito mais ainda

que os versos que eu faça.

Simétricas, porém, alinhavam a vida,

gastavam-lhe o desespero

e a vista. Saíam ordenadas

ao sabor da casa.


Qlz. 4/89, Sb. 7/90-4/11

6 comentários:

  1. Gostei.
    Uma pessoa entender-se no meio daqueles pauzinhos todos, daquela confusão de pauzinhos (para os leigos)...

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  2. Muito obrigado, MR.
    As rendas de bilros, tanto quanto me lembro, requeriam extrema concentração e habilidade.

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  3. Imagino, e pelo que vi, faziam-na com grande destreza.

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  4. É verdade, sobretudo em Vila do Conde e, um pouco, na Póvoa de Varzim.

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  5. O título não me parece bem: não vejo menoridade alguma, nem nos bilros, menos ainda no poema.

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  6. A não escolha (prévia) e o re-arranjo posterior explicam o nome da rubrica. Obrigado, c.a., no entanto.

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