Discretos (talvez temerosos) terão vindo já ontem, antecipando a notícia que dizia só chegarem amanhã, os digníssimos representantes do FMI e FEEF. Um, alemão, e o outro, dinamarquês, rapazes novos, ambos, mas, felizmente, da velha Europa - valha-nos deus! Por isso, achei conveniente referir aqui, da Escola de Politica, ou Tractado Practico da Civilidade (1803), parcialmente, as boas regras portuguesas do capítulo "Modo de Tomar Visitas":
"Toda a pessoa, que for visitada de outra de maior jerarquia, e grandeza, deve, tendo disso notícia, ir não só esperá-lo à carruagem, mas ainda mais longe, vestido, como se houvera de sahir, para fora de sua casa, mandar abrir todas as suas portas do páteo, ou loja, para que possa entrar a carruagem, offerecer-lhe o braço ao descer, beijar-lhe a mão, se for Príncipe, e o annel, sendo Bispo, &c., e o vai encaminhando ao lugar mais decente, que tiver no interior de sua casa, para que passe adiante, sem nunca hombrear com elle, mas parando nas portas, para que passe adiante, e não só dando-lhe o assento da parede, mas fazendo mesmo acção de ficar de pé;..." Parecerá um abuso, da minha parte, esta óbvia e assaz longa citação, e sem utilidade, mas é um facto que, depois do 25 de Abril (já agora, como é que iremos comemorá-lo?), se nos foram esquecendo algumas regras elementares da etiqueta. Ainda, há pouco tempo, um Visconde, às 16,00 horas da tarde, me veio receber à porta principal do seu palacete, com o cabelo despenteado, em robe, por cima dum pijama, parcialmente desabotoado, embora tivesse olhos de um azul puríssimo... Por isso, todo o cuidado é pouco para receber, dentro das regras, os digníssimos representantes do "Internacionalismo Monetário" (José Mário Branco dixit).
para os meus 3 bons Amigos do Prosimetron.
Gostei do subtítulo. :-)
ResponderEliminarFoi uma espécie de homenagem à minha primeira Escola...:-)
ResponderEliminarAgora por escola, hoje entregaram-me uma publicidade sobre um curso de Facebook!!!
ResponderEliminarEu se calhar até precisaria se frequentasse tal rede social. :)
ResponderEliminarParece que não é aconselhável...Eu, folhetos oferecidos na rua, recuso-os. Até os do Professor Karamba...:-)
ResponderEliminarHá viscondes e viscondes... Há um que até serve à mesa num dos restaurantes "leitoeiros" da Bairrada, o que não desmerece ninguém mas mostra como nem todos vivem em palacetes. Melhor, são poucos ( e condes e outros )os que ainda vivem em palacetes.
ResponderEliminarNo meu microcosmos inicial (Guimarães) tive ocasião de ver (e nalguns casos, conviver) que a grande maioria das famílias "antigas" se integrara, naturalmente,na cidade (republicana), LB. E, num dos casos, que cito por vezes, verificar a utilização das terras paradas, em mais valias urbanisticas, através de uma visão moderna e pragmática (por parte da Viscondessa, de origem plebeia, creio)que permitiu esta Família numerosa não se afundar na bancarrota. É, para mim, um exemplo positivo.
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