1. Mal ou bem, o BE e o PCP recusaram reunir-se com a troika que tem estado a recolher elementos para a futura ajuda e empréstimo a Portugal. Os ingénuos acharão notável este patriotismo e orgulho nacionais. Eu não posso deixar de pensar que, a causa mais directa e próxima do pedido de auxílio económico-financeiro, se deveu ao voto conjunto e contra-natura do CDS, PSD, Verdes, PC e BE, ao chumbar o PEC IV. Crocodilos!...
2. Enquanto o FMI (que, nesta cena, deve fazer o papel de Pide bom) quer, para Portugal, um juro suave, a U. E. (provavelmente, no papel de Pide mau) pretende aplicar um juro punitivo de mais 3%. Com amigos destes, para que precisamos de inimigos? Amigos de Peniche! Vão mas é roubar para o pinhal de Azambuja!...
O mundo da finança está cada vez mais nojento.
ResponderEliminarOlá,
ResponderEliminarPermita-me a ingenuidade e discordar:
O PC e o BE sempre se afirmaram contra os PEC, contra medidas de austeridade que recaem sobretudo em quem não é responsável pelo pântano financeiro em que nos encontramos, e contra as ajudas com muitas aspas do FMI. Se às vezes não o são, aqui foram coerentes. O mesmo não aconteceu com o PSD e o CDS, que advogam a mesma ou ainda pior austeridade que o PS. O chumbo do PEC IV pode apenas ter apressado a perda de soberania, a qual, de resto, já pouco contava, visto que os PEC foram impostos à revelia dos eleitores. Já agora, não será também ingénuo rotular o FMI de "pide bom"?
Na verdade. Mas o "sistemazinho" e a falta de solidariedade europeia também ajudam muito.
ResponderEliminarOra viva, José Quintas.
ResponderEliminarSó algumas notas, para precisar melhor o que quis dizer, e comentar o que refere.
1. Na verdade, quer o BE, quer o PC nunca apoiaram estas medidas, no passado. Mas estas suas atitudes, agora, parecendo coerentes,são ambíguas. Marcavam presença, e diziam que não.
Depois fiquei totalmente desiludido com o encontro recente das suas delegações: esperava alguma coisa, em resultados. Mas,no final,pareceu-me apenas um tomar de chá de "Tias", mais para inglês ver. Para mais, começo a ficar cansado de "treinadores de bancada" que nunca querem meter a mão na lama, para verdadeiramente limparem a "casa".
2. Não sei se o José Quintas conhece aquilo que era a estratégia da Pide, em muitos interrogatórios, para vencer a resistêcia das suas vítimas. Um apresentava-se como irascível, gritava, ameaçava e batia; depois saía, e entrava o Pide "bom" que se mostrava "simpático" e compreensivo, aconselhando "amigavelmente", para obter da vítima, já baralhada e perturbada, os objectivos. Eram iguais, só que com métodos diferentes. Para mim, FMI e FEEF são as duas faces da mesma moeda. Infelizmente. Apesar de tudo, mais claros que as "agências de ratos (Moody´s, Standard & Poor's, etc.)".
"Sans rancune" e grato pela sua visita, José Quintas!
Por acaso hoje ouvi a Ana Gomes que explicou que quem está no FMI é o Strauss-Kahn que quer salvar a Europa, enquanto que os governos europeus (na sua maioria, neoliberais) querem dar cabo da Europa. Segundo ela - e eu concordo - é a diferença entre a Europa de Delors e a Europa de Durão Barroso.
ResponderEliminarPalavras justas e desassombradas, as de Ana Gomes. E parece que Strauss-Kahn é uma hipótese, provável, de candidato a PR de França,pelo PSF, contra o napoleãozito Sarkozy.
ResponderEliminarMeu caro APS, como os acontecimentos subsequentes vieram a provar, o chumbado PEC IV era uma aspirina para tratar uma perna partida. Não era possível continuarmos de PEC em PEC até a realidade nos cair em cima das cabeças.
ResponderEliminarA ajuda devia ter sido já pedida há meio ano, quando os juros dispararam para níveis insuportáveis.
Digo isto, como sabe, sem ilusões quanto aos miseráveis especuladores dos hedge funds e à conduta criminosa das agências de rating que ajudaram, e muito, à festa.
Mas não foi o FMI nem os finlandeses e outros parceiros (amargos) europeus que puseram o sector empresarial do Estado em pré-falência, nem negociaram ruinosas parcerias público-privadas ou sonharam com várias (?!) linhas de TGV.
Strauss-Kahn tem grande apoio entre os franceses e há uns meses batia o Napoleãozinho de Tacões aos pontos, nas sondagens.
ResponderEliminarCarissimo LB:
ResponderEliminarlonge de mim inocentar Sócrates (PS) deste nosso desastre actual. Mas, por uma questâo de justiça (que lhe deve ser cara), incluiria no grupo dos responsáveis: Cavaco, Guterres (o fugidio pantanoso), Barroso (o feliz emigrante), Santana (o breve). E depois os inefáveis ministros das alíneas fundamentais ( e grande parte dos seus agentes: a) Educação e Cultura, b)Justiça, c)Verdade, ética e moral. Tirando esta última, de que não há ministério, acrescentaria as nossas fraquezas centenárias: sentido de auto-crítica, capacidade de pensar e decidir por si, sentido de independência,noção da realidade e,principalmente, rigor e perseverança. Temos um país belíssimo,sem excessiva ambição, poderíamos ter o suficiente, é preciso corrigir, e trabalhar. O FMI e o FEEF são excrecências malignas que nada vem acrescentar ao que poderíamos fazer, por nós. Mas continuamos na infância, a chorar pelo paizinho que venha de fora, com o seu guarda-chuva, para proteger-nos da água...
Abraço amigo do
A. S.
Venha um Strauss-Kahn, Miss Tolstoi, que da Segolene já me chega... é um Blair travestido...
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