sábado, 13 de junho de 2015

Osmose (54)


A noção de beleza, no seu conceito abstracto, estético e isento, chega mais tarde. Do que gostar ou não gostar, que vem da mais tenra infância. Em que o bom (belo) casa com o que gostamos, e o feio (das feições) se quadra com tudo aquilo que não desperta o nosso afecto, na meninice. Mesmo o feio de que gostamos se transforma em amorável, nos primeiros anos. Só muito mais tarde poderemos reavaliar, com isenção e de memória, a beleza ou a fealdade passadas, com critério justo e racional.
Um labirinto, que era um hospital de longuíssimos corredores, foi o cenário de um dos meus últimos sonhos. Eu procurava reencontrar-me com três mulheres de incomparável beleza. A mais velha das quais lá fora, em busca de tratamento. De informação em informação, pedidas, eu caminhava e caminhava, sem as encontrar, de novo. Em desespero de causa, um contacto por telemóvel, permitiu combinar esse reencontro, para uma das diversas portas de saída do hospital labiríntico.
Os sonhos devem ter qualquer coisa de infância, na sua geometria de poucas asperezas...

6 comentários:

  1. Esses sonhos em que uma pessoa anda, anda, anda... não costumam ser muito agradáveis.

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    1. Este não foi de todo desagradável, mas deu algum trabalho aos pés..:-)
      Boa tarde!

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  2. Não acredito nas superstições ou previsões dos sonhos, mas gostaria de conhecer a interpretação de alguns, principalmente os que se repetem, quase iguais. Por vezes consigo dar-lhes uma interpretação, pois sei as preocupações que os originaram, mas outras vezes não faço a mínima ideia do que pode ter dado origem ao sonho.
    Mas a maior parte das vezes não me lembro dos sonhos.

    Infância, actualidade, preocupações, alegrias, filmes...tudo se mistura nos nossos sonhos. No fundo, é apenas aquilo que povoa o nosso cérebro.

    Bom fim-de-semana:)

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    1. Houve tempo, na adolescência, e embrenhado que eu andava em leituras de Freud, que dormia, às vezes, de tarde, só para depois poder tentar interpretar os sonhos que tivera..:-)
      Mas ainda hoje, muitas vezes, tenho a intuição do que eles querem dizer. Por vezes, são óbvios, muito embora a sua raiz inconsciente, e não comandada (racionalmente) por nós, crie algumas interrogações sobre o desagrado que provocam (os pesadelos) ou a sensação agradável que deixam... Mistérios da natureza!
      Bom resto de fim-de-semana, também!

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  3. felizmente, não recordo muitos sonhos. Os que recordo antecipam-me coisas más.

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    1. Antecipar, creio que nunca me aconteceu. Mas não me posso queixar: os pesadelos não são frequentes.

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