Apagou-se com a mesma discrição com que surgia no seu Alfarrabista preferido. A sua entrada denunciava, aos mais habituados, a existência de alguma biblioteca rica em obras raras, comprada recentemente, e que só era posta à venda, nas estantes, depois de A. D. lhe dar uma vista de olhos, no corredor vedado aos restantes clientes. A sua fraqueza eram os incunábulos, mas sobretudo os livros quinhentistas, de preferência portugueses.
Discretíssimo, nem mesmo nos leilões de livros a sua voz se alterava ao licitar algum lote, ou as emoções transpareciam do seu rosto fechado. Notava-se apenas uma expressão de bem-estar tranquilo, na face, sempre que o livro apetecido lhe passava para as mãos. A terceira parte da almoeda da sua riquíssima biblioteca decorreu há pouco mais de uma semana. A alegria, talvez menos discreta, da posse, perpassou decerto por outros rostos...
Faz sempre pena saber que uma biblioteca se desfez.
ResponderEliminarÉ a lei da Vida...E da Morte.
EliminarBoa tarde!
Se A. D. é quem eu penso não era bibliófilo, era bibliómano.
ResponderEliminarE se for a mesma pessoa, muitos dos seus livros deveriam ter sido arrolados pelo Estado.
ResponderEliminarQuem é o leiloeiro?
ResponderEliminarPor ordem:
Eliminar-Creio que tem razão...
-Certamente que sim, mas com o "estado" que temos...
-Gonçalves, da Liv. Ecléctica (Calçada do Combro).
Obrigada.
ResponderEliminarFoi um gosto!..:-)
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